sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A difícil arte de esquecer

Como seria bom se fossemos capazes de esquecer com facilidade as ofensas que recebemos, os problemas que tivemos, as pessoas que amávamos e que se foram. Como seria bom se ao acordar conseguíssemos deixar para trás as mágoas, as indiferenças, as injustiças sofridas e todos os dias começássemos uma vida nova. Como seria bom se ao perdoarmos alguém fossemos capazes de esquecer o que esse alguém nos fez. 

Se a memória do passado não nos deixa pela sua própria natureza, cabe a nós, num enorme esforço de vontade, num auto desafio enorme, desenvolver a difícil arte de esquecer. E temos que fazer esse esforço pela razão para que possamos sobreviver com equilíbrio, pois do contrário viveremos remoendo um passado que já se foi e, como sabemos, jamais voltará. Se perdoar não basta para esquecer é preciso tentar esquecer para perdoar. E não é fácil. E quem disser que é fácil estará nos enganando.

Quantos casamentos, relações afetivas, empregos, carreiras e mesmo vidas foram jogadas fora pela nossa incapacidade de esquecer ofensas, muito graves ou menos graves, e que não conseguimos despejar de nossa memória. Você mesmo será capaz de apontar, em conhecidos, amigos e em você mesmo, várias situações onde ninguém ganhou, todos perderam, pela incapacidade de esquecer.

Procure fazer um esforço - mesmo que seja imenso - para esquecer as ofensas, as mágoas, as injustiças, as calúnias, os maus-tratos, as caras feias, as indiretas, e um triplicado esforço para perdoar quem fez tudo isso que não sai da sua memória. Não será fácil. Você terá que reconhecer essas memórias todas e uma por uma jogá-las num arquivo morto e se esquecer até de onde as arquivou. 

Não faça da sua vida um eterno remoer, um eterno desejo de vingança, um eterno sofrer por um passado que já se foi.

Pense nisso. Sucesso!

Luiz Marins

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