quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Fragmentando ...

Vasculhando meu baú de memórias, me vejo agora na sala da casa de minha avó, com uma camisetinha listrada de bege com marrom claro, um short e chinelinho de dedo. Devo ter entre sete e oito anos. Estou sentado de pernas cruzadas em cima do sofá, esperando que minha avó acabe de passar rodo no chão, após ter lavado a sala. Os filetes de sol adentram o lugar e sinto-me bem. Olho um pouco pela janela e consigo ver a mangueira tão lotada que sinto o cheiro das mangas dali.

Minha avó em determinada hora liga a televisão e passava no momento um filme, que depois de alguns minutos me chamou a atenção. Era uma dupla de comediantes muito boa, um deles tinha uma voz engraçada, o outro era mais galã. Conheci ali um cara que sabia fazer você rir. Seu nome? Jerry Lewis.

Acho que desde aquele dia, tornei-me apreciador de filmes antigos, onde o que imperava eram boas estórias, bom humor, atores e atrizes belíssimos que conseguiam mexer com nossas emoções de um modo único. E olha - assisti muito Jerry Lewis, junto com Gene Kelly, o galã.

Ambos representavam, cantavam e pasmem, dançavam muito bem. Aliás, eram dotes imprescindíveis aos atores da época: cantar, dançar e representar visto que a maioria dos filmes da época, serem musicais. O forte era o sapateado, tanto que não conseguia piscar os olhos para não perder nada. O fato é que fiquei feliz em descobrir o cinema, tanto que as sessões da tarde eram muito aguardadas. Mais tarde pude me identificar como cinéfilo, mas deste tipo de filme que contém valores que hoje não vemos nos filmes atuais, tais como amor, compaixão, pureza, sentimentalismo, apego e inocência.

Infelizmente nota-se hoje nas telas um número cada vez mais alarmante de violência, sexo, estupros, roubos e assassinatos que se tornam mais interessantes se estiverem recheados com muito requinte e crueldade. Mas, se me permitem dizer, acredito que refletem a época em que vivemos, conforme descrito no livro de 2ª Timóteo 3:1-4.

Conseqüentemente alguns imitam a chamada “arte” e vemos cópias idênticas de crimes e assassinatos vistos em algum filme por alguém, estampados nas páginas de algum caderno policial de um jornal local. É claro que temos atualmente bons filmes e atores excelentes, embora os textos deixam demais a desejar no quesito “palavrões desnecessários”.

Mas voltando ao saudosismo dos tempos de outrora, quando tiver a oportunidade, assista a um bom filme antigo com um olhar juvenil, tenho certeza que irá gostar muito. Reviva ou veja em premiére, ao menos para você, o retrato de uma época cinematográfica que infelizmente não volta mais, mas ainda bem que existem os DVDS.

Deixo para vocês da geração atual, que não puderam apreciar comédias com Jerry Lewis, um trecho de um filme que gostei demais de ver e esta cena principalmente embora engraçada, me emociona demais pela simplicidade baseada num humor diferente e inteligente. O filme em inglês, se intitula: “Who’s Minding The Store?”, de 1963. No Brasil o filme se chamava Errado pra Cachorro. Apreciem!


PARA ASSISTIR AO VÍDEO COM ÁUDIO, PAUSE A TRILHA DO BLOG:


2 comentários:

Sónia da Veiga disse...

Fabuloso!!!

Em miúda também via muito os filmes dele e lamento que não sejam repostos mais vezes.
Às vezes brinco com os meus filhos ao som de ritmos que me vêm à cabeça e, confesso, é muito comum este "aparecer" e já nem me lembrava da sua origem!

Muito obrigada por este bocadinho de Sol num dia cinzento, de alegria no caos e de me relembrar das caras cómicas que ele fazia.

Fantástico!!!

E a mensagem também, muito boa e verdadeira! Concordo plenamente e assino por baixo.

Mais uma vez obrigada e continue a relembrar coisas boas, por favor.

Além do nome sobrenome. disse...

Muito bom, obrigada por dividir suas lembranças. Fiquei com vontade de ir olhar minhas fotografias da infância..rs